domingo, 30 de setembro de 2007

No sábado de carnaval que você duvidou do meu amor

Tu te Lembras

Daquele

Sábado de carnaval

Em que tu me disseste:

Você não me ama

O quanto eu te amo.

Subi a minha casa.

Podia ouvir o resultado do meu bruxismo.

Não vou mentir que contive o choro...

Sentei a beira da mesa.

Acabei com o que restara de um litro de Parati.

Roguei-te pragas.

Já no inicio da embriaguez.

Comecei um poema.

Meu coração se encheu de poesia.

Estava bravo.

Queria por meio dele

Provar-te a imensidão do meu amor.

A embriaguez me tomava.

Fui ao Arco da Lapa.

Lá, avistei um pássaro.

Não sei por qual motivo, mas quis voar.

Oscilei sobre o beiral.

Voei.

Fui te amar.

Eis o conto.

Alguns versos e nada mais.

Só eu e minha Maria

Se em um dia em que andasse

Sozinha eu te encontrasse

E nos meus versos decorados

Tu te apaixonasses

E assim “nois” se casasse.

E lá na nossa casa...

Juntinho “nois” ficasse

Carinho “nois” trocasse

E nas noites frias

Nosso corpo se encaixasse!

Mas...

E se a chuva não caísse?

Se a plantação não vingasse?

Não que seja problema para mim...

Mas meu pai! E se fome Maria passasse?

Se juntinho “nois” vivesse!

Se juntinho “nois” morresse!

Se pro céu “nois” “assubisse”?

E o seu “sordado” Pedro, o portão do céu, não abrisse?

Sou homem meu Deus!

Se minha faca eu “desbain-a-sse”

E o bucho desse cabra furasse.

E por conseqüência.

Pro inferno tu nos mandasses.

Não irei causar causo, pois lá só eu e minha Maria.



(Deixo claro por meio deste comunicado que esse poema é baseado no poema do poeta João da Luz "Ai se sesse".)